A contaminação do barbeiro ocorre quando este pica um mamífero infectado e ingere formas tripomastigotas sanguíneas, que são conduzidas à porção anterior do estômago. Neste novo ambiente, os tripomastigotas se diferenciam em epimastigotas e algumas esferomastigotas. Ainda no estômago, formas de transição, esferomastigotas e epimastigotas são digeridas. As formas epimastigotas sobreviventes, quando alcançam o intestino, começam a se multiplicar sucessivamente por divisão binária e se aderem às membranas perimicrovilares que são secretadas pelas células intestinais. Esta adesão ocorre predominantemente pela região do flagelo. 

Posteriormente, os epimastigotas se soltam e movem-se para o intestino posterior, onde iniciam o processo de diferenciação em tripomastigotas metacíclicos, que em seguida aderem à cutícula que reveste o epitélio do reto e do saco retal do inseto. Ao se soltarem do epitélio, podem ser eliminados na urina ou fezes do inseto em seu próximo repasto sanguíneo. A contaminação de um hospedeiro vertebrado ocorre quando o barbeiro infectado pica o mamífero. Neste processo, o inseto geralmente defeca e urina, depositando, assim, sobre a pele ou mucosa do mamífero a forma tripomastigota metacíclica, que é a forma infectiva.

Fases do ciclo de vida do T. cruzi no interior do inseto vetor. Inicialmente, para melhor compreensão do ciclo de vida no interior do inseto, apresentamos uma vista esquemática do inseto hemíptero por transparência para observar o tubo digestório (A). (B) Inseto (barbeiro) hematófago ingerindo sangue com formas tripomastigotas metacíclicas presentes em um mamífero infectado. (C) No estômago do barbeiro, as formas tripomastigotas se diferenciam em epimastigotas e algumas esferomastigotas. (D) Ao chegar ao intestino, as formas epimastigotas começam a se multiplicar por divisão binária e se aderem ao epitélio intestinal (E). (F) No reto, tripomastigotas metacíclicos aderidos ao epitélio. Os parasitas se soltam do epitélio, podendo ser eliminados na urina ou fezes do inseto (G).

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